Poetas do Século XX-1

Uma

maquina de sonhos

me trouxe uma lembrança

do tempo que eu ainda era criança.

Ah, os sonhos.

Tempos de pipa, pião e bola

tempo de beijos, cochichos na escola.

Ah, os sonhos.

Tempos de criança, consolos.

Tempos de sonhos de crianças

que não havia o que fazer.

problemas só no anoitecer

Quando as cobertas, pesadelos pareciam conter.

Tempos passam,

voa e apagam

como o lixo de sacolas

foi-se o tempo de escola.

Tornou-se um adulto responsável,

que esqueceu a infância,

destruiu sua esperança.

Ah que sonho lamentável.

Esqueceu o eu-lírico do poema

que era sua vida.

tornou-se do sistema um esquema,

marionete apodrecida.

Sem linhas nem dedos

sem sonhos, e medos.

Como um quadro sem tinta

um maníaco suicida.

Esqueceu o sentido de viver.

Sem razão, o corpo à padecer.

Escreveu uma biografia

quando percebeu, que a morte lhe sorria.

E assim me perdeu nas palavras,

me esqueceu em alguma estrada

e tornou sua partida,

ao novo sonhos sem vida.